Trata-se de uma patologia degenerativa que se instala de forma insidiosa e causa progressivo declínio das funções cognitivas, ligadas à percepção, à aprendizagem, à memória, ao raciocínio e ao funcionamento psicomotor. Provoca, também, o aparecimento de quadros neuropsiquiátricos com diversas manifestações graves.
Vários fatores de risco podem predispor ao aparecimento desse doença. Dentre os principais, destacam-se a idade avançada: é uma moléstia mais comum após os 65 anos; o sexo: ocorre com mais freqüência nas mulheres; o histórico familiar: a incidência é maior em pessoas que possuem casos de Alzheimer ou de outras demências na família; a baixa escolaridade e o analfabetismo: a obtenção de novos conhecimentos aumenta a reserva intelectual e previne o aparecimento dessa patologia. Além disso, alguns estudos indicam que essa enfermidade também pode decorrer de traumas cranianos.
Em geral, não são realizados, em vida, diagnósticos fidedignos da doença de Alzheimer. Embora já seja possível constatá-la por meio de biópsia, a confirmação definitiva, quase sempre, só vem sendo obtida na necropsia, quando são percebidas alterações cerebrais anatômicas, marcadas por atrofias difusas, perda de neurônios, diminuição do tamanho do cérebro e obstrução por placas e fibroses.
Normalmente, para identificar a doença de Alzheimer, os médicos se baseiam no histórico pessoal e familiar do paciente, nos testes psicológicos e na exclusão de outras afetações da saúde mental que podem levar à demência.
Ainda tida por incurável, a doença de Alzheimer apresenta quadro clínico habitualmente dividido em três estágios progressivos:
Estágio Inicial: o estágio inicial da doença é freqüentemente negligenciado e incorretamente considerado como “processo normal do envelhecimento”. Como o desenvolvimento da doença é gradual, fica difícil identificar exatamente o seu início. Neste estágio, a pessoa pode apresentar dificuldades com linguagem, desorientação de tempo e espaço, dificuldades para tomar decisões, dificuldades para lembrar fatos recentes, perda de iniciativa e motivação, sinais de depressão, perda de interesse nos hobbies e outras atividades.
Estágio Intermediário: com o progresso da doença, os problemas se tornam mais evidentes e restritivos. O portador de DA tem dificuldades com as atividades do dia-a-dia, além de esquecimento de fatos recentes e nomes das pessoas; maior dificuldade em administrar a casa ou negócios; necessita assistência na higiene pessoal; maior dificuldade na comunicação verbal; apresentar problemas de vagância (andar sem parar) e alterações de humor e de comportamento como agitação, agressividade, que pode ser física e/ou verbal), delírios (acreditar que está sendo roubado, que é traído pelo cônjuge, etc.), apatia, depressão, ansiedade, desinibição (despir-se em público, indiscrições sexuais, linguagem maliciosa, etc.).
Estágio Avançado: a dependência se torna mais severa, os distúrbios de memória são mais acentuados e o aspecto físico da doença se torna mais aparente. O portador de DA pode apresentar dificuldades para alimentar-se de forma independente, não reconhecer familiares, amigos e objetos conhecidos, dificuldade em entender o que acontece ao seu redor, dificuldade de locomoção, incontinência urinaria e fecal, comportamento inadequados em público, agressividade e agitação.
O tratamento precisa ser realizado criteriosa e precocemente, objetivando obstar a evolução da patologia e favorecer o bem estar do paciente. Deve ser feito por uma equipe integrada por diversos profissionais da saúde. Em geral, são indicadas terapia medicamentosa, tratamento fisioterápico, apoio psicológico e fonoaudiológico, além de serviços de enfermagem. São fundamentais, ademais, o apoio, a ajuda, o carinho e a paciência dos familiares e pessoas próximas da pessoa acometida pela doença.
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